13 outubro, 2006
Quem tem medo de...
A data está cercada de "superstição", palavra que vem do latim superstitio, e significa "o excesso", ou também "o que resta e sobrevive de épocas passadas". Em qualquer acepção, designa "o que é alheio à atualidade, o que é velho". Transposto para a linguagem religiosa dos romanos, o vocábulo "superstitio" veio a designar a observância de cultos arcaicos, populares, não mais condizentes com as normas da religião oficial.
Última Ceia de Leonardo da Vinci
A crença na má sorte do número 13 parece ter tido sua origem na Sagrada Escritura, visto que na última ceia eram doze apóstolos e Cristo, num total de 13 pessoas. O final como sabemos foi infeliz: crucificação e morte de Cristo, numa sexta-feira. E mais. Na antiga numeração hebraica, os números eram representados por letras. A letra que indicava a quantidade treze era a mesma usada para a palavra morte.
Uma das lendas para justificar a supertição é a da mitologia nórdica. No valha, a morada dos deuses, houve um banquete para o qual foram convidados doze divindades. Loki o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu o favorito dos deuses.
Não passar debaixo de escada
Assim o número treze, em muitos lugares do mundo, em especial no ocidente, representa o símbolo de mau agouro, sinal do infortúnio. Na Europa, por exemplo, grande parte dos hotéis não possui o 13º andar, pulando do 12º ao 14º na numeração. Por isso, muitas pessoas evitam viajar em sexta-feira 13; a numeração dos camarotes de teatro omite, por vezes, o 13. Para não ter azar nesse dia, deve-se evitar: cruzar por um gato preto, passar debaixo de escada, sentar à mesa com mais doze convidados (somando treze), quebrar espelho entre outras supertições.
Não quebrar espelho
A psicóloga Rosângela Rossi, diz no site Acessa, que a raiz da superstição está no medo da morte e a sexta-feira 13 é uma data arquétipa, criada pelo inconsciente coletivo. O "dia do azar" é uma representação, uma manifestação do lado obscuro da mente, que causa medo por ser desconhecido. "Entre o consciente e o inconsciente da psiquê humana, existe a sombra. A sociedade judaico-cristã ignora essa sombra e precisa de rituais para elaborá-la", esclarece.
A sexta-feira 13 seria uma forma de se colocar a sombra para fora da mente, uma maneira de materializá-la e seus símbolos, o gato preto e as bruxas, principalmente, são representantes do que as pessoas mais temem. O gato preto, por exemplo, simboliza o que há de mais profundo na psique humana, que é com o que a maioria das pessoas evita entrar em contato. Rosângela acredita que datas como esta são, na verdade, muito positivas porque canalizam o medo do desconhecido, que pode levar a uma série de transtornos psicológicos.
*Não posso negar que tenho minhas supertições mas sem exageros. Desejo boa sorte a todos!