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Cecília Meireles
![]() Cecília Meireles Pus o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; - depois, abri o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas, e a cor que escorre de meus dedos colore as areias desertas. O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio; debaixo da água vai morrendo meu sonho, dentro de um navio... Chorarei quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, e o meu navio chegue ao fundo e o meu sonho desapareça. Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas. ![]() 105 anos de nascimento de Cecília Meireles - Ela nasceu em 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro. Foi poetisa, professora, pedagoga e jornalista. Começou a escrever poesia aos 9 anos de idade e tornou-se professora pública aos 16. Dois anos depois iniciou sua carreira literária com a publicação de Espectros (1919), uma coleção de sonetos simbolistas. Sua poesia lírica e altamente personalista, freqüentemente simples na forma mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela importante posição na literatura brasileira do século XX. Entre 1925 e 1939 dedicou-se à sua carreira docente publicando vários livros infantis e fundando, em 1934 a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro (a primeira biblioteca infantil do país). A partir deste ano ensinou literatura brasileira em Portugal (Lisboa e Coimbra) e em 1936 foi nomeada para a UFRJ, recém-fundada. ![]() Desenho de Apard Szénes Cecília reaparece no cenário poético após 14 anos de silêncio com Viagem (1939), considerado um marco de maturidade e individualidade na sua obra: recebeu o prêmio de poesia daquele ano da Academia Brasileira de Letras. Daí em diante dedicou-se à carreira literária, publicando regularmente até a sua morte, de cancer, em 9 de novembro de 1964. Vários de seus livros são inspirados nas muitas viagens que fez e absorveu do contato com gente, costumes e idiomas diferentes matéria de melhor compreensão da vida e da humanidade. Cecília era exatamente o oposto do estereótipo que carrega um poeta. Não fumava, não jogava e nem bebia. Seguia à risca uma dieta macrobiótica. Dormia e acordava cedo, a tempo de fazer o café da manhã, sempre com waffles fresquinhos molhados no mel. Escreveu também em prosa, dedicando-se a assuntos pedagógicos e folclóricos. E, produziu prosa lírica, com temas versando sobre sua infância, suas viagens e crônicas circunstanciais. Cecília casou-se duas vezes. Do primeiro casamento teve três filhas, Maria Matilde, Maria Elvira e Maria Fernanda, que é atriz de cinema, teatro e tv, fez algumas novelas na Globo. Eu tive o prazer de assistí-la, junto de Rubens Del Falco, em uma peça de teatro sobre a inconfidência mineira "Romanceiro da Inconfidência" de cecília Meireles, aqui em Santa Maria, quando eu era adolescente. Fonte aqui. Mais sobre ela. Desencontros - Numa das viagens a Portugal, em 1935, Cecília Meireles marcou um encontro com o poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao meio-dia e esperou em vão até as duas horas da tarde. Decepcionada, voltou para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o exemplar, a explicação para o "furo": Fernando Pessoa tinha lido seu horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro. ![]() *Este poste faz parte da blogagem coletiva em homenagem a Cecília Meireles. Boa terça a todos! ![]() ![]() ![]() |
NÃO TENHO A INTENÇÃO DE SER A PORTA VOZ DE TODA VERDADE E SIM DA MINHA VERDADE. UMA OPINIÃO SOBRE TUDO QUE É NOTÍCIA. ![]() ![]() ![]() |
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