11 agosto, 2006
Sexta Brechtniana
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia varias vezes destruída,
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que
a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma esta cheia de arcos do triunfo,
Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os Cesares?
A decantada Bizancio tinha somente palácios
para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
os que se afogavam gritaram por seus escravos,
na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou,
quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu alem dele?
Cada pagina uma vitoria.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.
(Bertold Brecht)
No dia 14 de agosto, faz 50 anos da morte de Bertold Brecht, um dos principais nomes da literatura germânica. A Alemanha preparou inúmeras atividades para comemorar a data, apartir de hoje. De acordo com a Folha, os jornais e revistas têm dedicado grande espaço à obra e à imagem do poeta e dramaturgo que teve de optar pelo exílio na época da Alemanha nazista e que anos mais tarde seria expulso dos EUA pelo macarthismo. Amanhã, começa o Festival Bertoldo Brecht promovido pela companhia Berliner Ensemble, fundada por ele e Helene Weigel. O festival apresentará produções internacionais. As celebrações também acontecerão em Augsburgo, cidade natal de Brecht, e serão tema de atrações na televisão alemã.
No entanto, e em meio às comemorações, uma pesquisa da revista "Bücher" revelou que 42% dos alemães admitem nunca ter lido um livro do autor. Outros 55% afirmam que o único contato com o dramaturgo remonta ao período escolar e apenas 2% disseram ter lido alguma de suas obras entre este ano e o último. Já diz o ditado, "santo de casa não faz milagre"!
Eu já havia falado dela, quando a vi no Programa Altas Horas da Globo. É a cantora Maria do Céu ou simplesmente Céu como é chamada. Vi lá no Mediasoup que o jornal New York Post, desta semana, deu quatro estrelas para o CD da cantora. "Céu parece ser a última chanteuse com uma queda pelos beats eletrônicos a emergir do Brasil, mas ela soa totalmente diferente das divas do electro-bossa como Bebel Gilberto e Rosália de Souza", diz a crítica. "A voz de Céu ecoa mais próximo da pureza de cantoras clássicas da música brasileira como Elis Regina". Céu deve estar sorrindo de orelha à orelha, mas merece!
*Boa sexta a todos!